Batizado de “Sítio Humanizado”, é nesse cantinho que além de cuidar dos animais os 700 detentos do regime semiaberto também aproveitam para estudar e, aos poucos, estarem prontos para a ressocialização quando saírem da prisão.
Aos poucos, os presos foram construindo hortas no espaço que não era bem aproveitado. Durante a pandemia, eles construíram um parque que serve de local de visitação para os familiares.
“É um lugar que a gente tira da nossa mente aquela coisa de presídio. Então, enche a gente de felicidade e incentiva a prosseguir e continuar no caminho certo”, disse Clébio.
Além de cuidar das galinhas, Clébio aproveitou para fazer o ensino fundamental e médio na penitenciária. E durante os 15 anos de prisão, aprendeu várias profissões.
“A gente tá tentando mudar um pouquinho, desmistificar presídio, cadeia, essa expressão” , explicou Vinícius Narciso, diretor-geral da penitenciária.
Além da horta, o presídio também tem uma rádio. Odair era DJ antes de ser preso, mas agora ele descobriu que tem mesmo vocação para locutor. Na rádio, eles recebem até mensagem dos familiares.
“Eu não sabia que tinha esse dom. E agora fazendo aqui o que eu gosto de fazer também ajuda meus companheiros a poder passar o tempo, porque música é vida, e entretenimento é tudo pra gente aqui”, comentou Odair da Silva.
Depois do almoço, eles não sabiam o quê fazer com as embalagens das marmitas. Dai veio a ideia de reaproveitar o que ia para o lixo, utilizando o isopor. Inclusive, os almoços são feitos em cima de uma mesa feita com material do que seria uma embalagem de marmita.
Após tudo ter sido triturado, vai direto para massa de cimento, que eles fazem mesa e bonecos de jardim. Por dia, são triturados aproximadamente 1.400 embalagens. Eles trabalham na fábrica de blocos e no sítio na horta.
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