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POLÍCIA FEDERAL INDICIA MARÇAL POR USO DE DOCUMENTO FALSO

 

Polícia Federal indicia Marçal por uso de documento falso


A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira (8) o candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal, do PRTB, pelo crime de uso de documento falso. Marçal apresentou um laudo falso contra o adversário Guilherme Boulos (PSOL) na antevéspera do primeiro turno, em 4 de outubro.


Marçal prestou depoimento nesta sexta por cerca de 3 horas na Superintendência Regional da PF, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo. Ele negou qualquer envolvimento no episódio e disse que o suposto documento foi postado pela equipe dele.

Em 7 de outubro, a perícia da PF concluiu que a assinatura do médico no documento é falsa. Os peritos da PF investigaram e compararam várias assinaturas ao longo de vários anos do médico José Roberto de Souza, CRM 17064-SP, que aparece como o responsável pelo suposto documento.

O médico morreu em 2022 e, segundo a filha, a oftalmologista Aline Garcia Souza, o pai nunca trabalhou na clínica Mais Consulta, na cidade de São Paulo, e jamais fez esse tipo de atendimento clínico de pessoas com dependência química.

Na conclusão grafotécnica, os peritos científicos da PF afirmaram que as duas assinaturas não foram produzidas pela mesma pessoa.

“Verificou-se a prevalência das dissimilaridades entre a assinatura questionada e os padrões apresentados, tanto nas formas gráficas, quanto em suas gêneses, não havendo evidências de que tais grafismos tenham sido escritos por uma mesma pessoa. As evidências suportam fortemente a hipótese de que os manuscritos questionados não foram produzidos pela mesma pessoa que forneceu os padrões”, disseram os peritos.

Os peritos também tentaram atestar a autenticidade do documento publicado por Pablo Marçal, mas disseram que é preciso pedir novas análises e também compará-las com outros laudos semelhantes produzidos pela Mais Consulta, clínica do empresário.

O que diz o médico

Luiz Teixeira da Silva Junior, sócio da clínica Mais Consultas, empresa que aparece no laudo falso compartilhado por Pablo Marçal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSOL), afirmou na tarde do domingo (6) que nunca atendeu o deputado e negou ter participado da elaboração do documento, que teve a veracidade contestada pelo Instituto de Criminalística de São Paulo.

Em nota, o empresário disse que seu nome e o de suas empresas foram utilizados sem o seu consentimento “por pessoa que lhe é desconhecida”.

Processo criminal contra Marçal

A filha do médico que teve a assinatura fraudada no documento publicado nas redes sociais de Pablo Marçal protocolou, neste sábado (5), uma ação contra o empresário.

Carla Maria de Oliveira e Souza pediu a inelegibilidade de Marçal “a título de urgência” (veja mais detalhes abaixo). A aposentada é representada pelo advogado Felipe Torello Teixeira Nogueira.

Por: G1