Vítima negou ser mantida em cárcere privado e disse manter relação amizade com o casal. Na ocasião, Flávia se negou a ir com os policiais até uma delegacia para fazer o registro.
Apesar da resistência da vítima, a investigação continuou. Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão no endereço do casal e constataram que Flávia vivia em condições precárias e sob situação de alienação emocional. Os familiares relataram às autoridades que ela sofria violência psicológica.
Mais de um mês depois, Flávia morreu. No dia 19 de junho, ela foi levada pelo próprio casal até um pronto-socorro. Eles se apresentaram como vizinhos, segundo a polícia, e deixaram a mulher sozinha no hospital, sem os documentos pessoais.
Marceli e Ronnyson se apresentam como líderes cristãos e são suspeitos de fundar um grupo religioso que fez outras vítimas. Pelo menos mais 13 pessoas foram submetidas a situações de maus-tratos físicos e psicológicos sob a liderança espiritual dos dois, segundo a Polícia Civil do Pará.
Todas as vitimas moravam na mesma residência, diz a polícia. A investigação não informou se Flavia fazia parte desse grupo, nem há quanto tempo ela estava nessa situação sob os cuidados de Marceli e Ronnyson. Também não foi informado se a vítima mantinha alguma forma de contato com a família.
Vítimas eram mantidas em situações precárias. O casal submetia os fiéis a sofrimento, privação de alimentação, entre outros situações degradantes como forma de "purificação espiritual". Caso as vítimas não seguissem as regras, elas eram "punidas", diz a investigação.
Marleci se apresentava como pastora e líder espiritual há 11 anos. Ainda, ela dizia ser terapeuta cristã, sensitiva espiritual, psicanalista e sexóloga, mesmo sem possuir formação nas áreas em que é obrigatório certificado para exercer a profissão.
Polícia também investiga possível vantagem financeira obtida pelo casal às custas das vítimas. A investigação colheu depoimentos de seguidores que teriam sido induzidos a repassar seus bens aos religiosos. Marleci e Ronnyson, inclusive, eram sustentados pelos seguidores.
Casal nega irregularidades. A polícia informou que, em depoimento, os dois negaram as acusações. Eles permanecem presos. O UOL não conseguiu localizar a defesa dos dois. O espaço segue aberto para manifestação.
Por: UOL
0 Comentários