Uma jovem de 22 anos, identificada como Karine, faleceu no Hospital Regional de Arapiraca, no Agreste de Alagoas, dias após a colocação de um DIU (Dispositivo Intrauterino) na Unidade Básica de Saúde Sebastião Cândido Alexandre, em Junqueiro. O atestado de óbito apontou infecção generalizada como a causa da morte.
Maria das Graças da Silva, mãe de Karine, relatou que sua filha começou a sentir intensas dores abdominais logo após o procedimento. No dia seguinte, as dores persistiram, levando-a a buscar atendimento no hospital de Junqueiro, onde recebeu injeções e foi liberada. O mesmo ocorreu no terceiro dia.
“No domingo, ela passou mal novamente e voltou ao hospital de Junqueiro, onde acabou internada. Após uma ultrassom, foi diagnosticada com apendicite. Ela foi encaminhada para a UPA e, de lá, para o Hospital Regional de Arapiraca. Durante a cirurgia, o médico percebeu que não era apendicite, mas um edema abdominal cheio de secreção. O DIU foi removido e ela foi transferida para a UTI”, conta Maria das Graças.
A mãe agora pede uma investigação sobre o caso, acusando negligência médica. “Ela era uma menina muito batalhadora e hoje só temos lembranças dela. Houve negligência de muitas pessoas que não sabem trabalhar”, desabafou.
A secretária de Saúde de Junqueiro, Amanda Gomes, afirmou que a jovem passou por todos os exames e seguiu os protocolos recomendados antes da inserção do DIU. “Ela foi consultada na Unidade Básica de Saúde de referência dela por uma enfermeira capacitada e, antes de realizar o procedimento, fez uma bateria de exames, conforme recomendações técnicas. O DIU foi inserido no dia 21 de maio”, destacou a secretária.
Amanda ressaltou que este é o primeiro caso de morte envolvendo a colocação de um DIU na cidade, que é uma das 37 em Alagoas com profissionais capacitados para realizar o procedimento. Segundo ela, mais de 60 procedimentos do tipo já foram realizados no município este ano.
Reuniões estão agendadas para a próxima segunda-feira (3) em Junqueiro para discutir o caso e medidas a serem tomadas.
Por: Alagoas 24 Horas